sábado, 21 de novembro de 2009

Sobra até para a Chapeuzinho...


Era uma vez, Maria Marta, uma jovem adolescente de 17 anos, filha de uma auxiliar de enfermagem e órfã de pai, que havia morrido quando ela tinha apenas 6 anos de idade com câncer de pulmão. Era uma uma manhã ensolarada, bonita e feliz pois era o aniversário de sua avó. Sua mãe, atrasada para o trabalho, acabava de colocar o bolo feito a pouco na cesta para Maria Marta levá-lo de presente. Ela vestiu uma blusa vermelha nova e um chapéu da mesma cor para poder combinar e saiu de casa rumo à casa de sua avó.
O dia podia estar bonito, mas não estava fácil, logo de cara Maria Marta entrou num ónibus lotado e teve que colocar a cesta sobre sua cabeça, afinal não iria caber, mas o pior ainda estava por vir. Não bastava ficar em pé e em uma posição desconfortável, ela ainda enfrentou um congestionamento quilométrico, que estava pior que o normal pois era véspera de feriado.
Três horas se passaram e Maria Marta desceu do ônibus alguns pontos antes ao que costumava descer pois chegaria lá primeiro a pé do que se estivesse dentro do ônibus. Sua avó morava logo após a entrada de uma favela. Maria Marta estava andando quando de repente um moleque agarrou a cesta e disse "Chapeuzinho, dá a cesta para o Lobo Mau", Maria Marta assustada puxou com força a cesta e saiu correndo, mas o pior ainda estava por vir.
Maria Marta ainda nervosa com o acontecido não observou os carros da polícia parados na entrada da favela e nem o que estava acontecendo lá. Ela continuava firme em direção ao seu destino quando o que estava por vim finalmente veio. Maria Marta, 17 anos, filha de uma mãe batalhadora e órfã de pai, vítima de bala perdida em mais uma das guerras contra o tráfico.
Como sua mãe soube?
o corpo de Maria Marta foi encaminhado ao hospital que trabalhava sua mãe por ironia do destino.
E sua avó?
Como a visita de Maria Marta ia ser uma surpresa ela continuou na sua rotina sem desconfiar de nada.
Infelizmente não chegou a parte em que aparece o nobre lenhador para o salvamento e também não foi dito as quatro famosas palavras "Viveram felizes para sempre".

Esse texto, que não está a oitava maravilha do mundo, fiz como uma crítica ao que vem acontecendo ultimamente e sendo o destaque de telejornais, rádios que é aos tiroteios com os malditos traficantes que tira o sono da pessoas que convivem com isso, que perdem entes queridos, ou até mesmo um final trágico como o de Maria Marta.

Esse foi o primeiro de alguns textos q eu pretendo escrever ainda, não quero sempre abordar esses temas tristes, mas isso é uma revolta que com certeza muitos brasileiros sentem.

E como diz Oscar Wilde:
"O descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou de uma nação"

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